O mundo já não é mais o mesmo desde o início da Pandemia da COVID-19. E não falamos somente das inúmeras vidas perdidas e de uma das maiores crises econômicas da história do país, mas uma das grandes consequências desse período: uma maior preocupação com o futuro e com o planeta que estamos deixando para as próximas gerações.
E o mercado de investimentos está completamente absorvido por essa nova forma de pensar. Não é à toa que, no Brasil, a B3 (bolsa de valores) revisou o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), que tem 15 anos de existência, aumentando o foco em seu portfólio na frente ESG.
ESG é a sigla que está em alta desde em 2020 e que fala sobre sustentabilidade ambiental, social e também sobre governança. Empresas que têm esses pilares muito bem estabelecidos tendem a ter mais valor no mercado e os olhos atentos de investidores. Que tal saber um pouco mais e verificar se sua empresa está se adequando?
O que é ESG?
ESG é a sigla para Environmental, Social and Governance (em português muitos chamam ASG). É uma avaliação 360 das empresas no que diz respeito à sua sustentabilidade ambiental, social e sua governança. O mundo está preocupado com a responsabilidade das empresas e de sua ação como entidade ativa na sociedade.
Tão importante, o ESG é um tipo de investimento. Sim, um investimento que tem como critérios de análise não só questões econômico-financeiras, mas também essas que tangem a responsabilidade da empresa. Vamos ao significado de cada letra da sigla:
E de enviromental ou ambiental. Nesse pilar a empresa deve cumprir com suas responsabilidades na gestão de gases de efeito estufa, consumo de recursos como água, energia, além do descarte adequado de resíduos.
S de Social. A empresa deve preocupar-se com a diversidade de funcionários em todos os setores e em campanhas externas, os valores da empresa, a relação com colaboradores, além da segurança no trabalho.
G de governança. Ética, práticas anticorrupção, diversidade nos conselhos assim como as políticas e práticas da companhia.
A gestão de utilities, ou seja, a gestão de energia, água e gás para a diminuição do consumo é um desses pilares e, talvez, o mais prático e menos subjetivo. A redução de custos operacionais é uma forma muito eficaz de solidificar esses pilar.
Saiba mais sobre a redução de custos operacionais e de utilities
Como as empresas brasileiras estão se adequando a essa nova realidade
No Brasil, grandes empresas já estão atentas ao ESG, assim como os investidores. Os investimentos ESG ajudam as empresas não só a pensarem mais nesses pilares mas a implementarem de forma prática essas adequações.
Segundo Gleice Donini, superintendente de sustentabilidade da B3, em entrevista para o Estadão, a pandemia acelerou essa percepção de que empresas precisam ter mais responsabilidade socioambiental e também com seus funcionários.
No Brasil, um grande avanço para o estabelecimento dos fatores ESG é o marco regulatório do mercado financeiro, feito pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Algumas medidas que aparecem no marco regulatório são:
– Resolução 4.327/2014: instituições financeiras devem ter uma PRSA (Política de Responsabilidade Socioambiental).
– Resolução 4.557/2017: instituições financeiras devem identificar, mensurar, avaliar, monitorar, reportar, controlar e mitigar o risco socioambiental por uma estrutura para gerenciamento integrado de riscos e do gerenciamento de capital (GIR)
– Resolução 4.661/2018: EFPCs (Entidades Fechadas de Previdência Complementar) devem apontar na análise de riscos variáveis a sustentabilidade socioeconômica e ambiental, e de governança.
– Resolução 3.876/2010: veta o cadastro na concessão de crédito rural de empregadores que mantiveram trabalhadores em condições de escravo.
– Instrução 552/2014: empresas quem emitem ações ou títulos devem reportar seu grau de exposição ao risco socioambiental em seu Formulário de Referência
– Instrução 556/2015: impactos no meio ambiente e governança corporativa devem ser obrigatoriamente reportadas
– Instrução 586/2017: as empresas devem publicar adesão às práticas de governança corporativa, segundo o Código Brasileiro de Governança Corporativa – Companhias Abertas, do IBGC.
A iniciativa opcional de divulgação de ações e indicadores também passa a ser a não ser opcional. Pelo Relate ou Explique, as empresas devem relatar seu posicionamento em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
Investimentos ESG e a sua empresa
Na hora de buscar um investimento ESG na bolsa, os investidores vão averiguar logo:
- a empresa participa de algum dos índices de sustentabilidade da bolsa como ISE ou ICO2?
- a empresa tem como comprovar que segue as práticas consolidadas ESG?
As práticas ESG ainda são um tanto subjetivas e dependem muito dos gestores das empresas brasileiras. Ainda há uma expectativa que o mundo corporativo brasileiro cresça nesse sentido: quanto mais as lideranças olhares para os pilares de sustentabilidade, mais o mercado cresce e mais investimentos aparecem.
O que você tem feito para se adequar? Comece olhando para dentro, adotando, mapeando e documentando essas práticas. Cuidar das suas faturas de energia, gás e água já é um grande passo e você pode sempre contar com a nossa ajuda.
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